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Barra terá mais 83 mil moradores em 5 anos
Ao lado de 15 edifícios prontos, 18 prédios com mais de dois mil apartamentos estão em construção no empreendimento denominado Península, vizinho à Lagoa da Tijuca, na Barra. Num terreno da Carvalho Hosken, que soma 780 mil metros quadrados (do tamanho do Leblon), outros 18 prédios estão para ser lançados. Bem em frente, na Rua João Cabral de Melo Neto, tapumes da CHL antecipam o lançamento, previsto para este semestre, do O2 Corporate: quatro edifícios, com 800 salas comerciais, e quatro, destinados a lajes corporativas.Esses exemplos dão a dimensão do que acontecerá com algumas áreas do Rio em cinco anos. Diferentemente da cidade como um todo, que cresce a uma taxa anual de 0,59%, a Região Administrativa da Barra (inclui Recreio, Vargem Grande, Vargem Pequena, Itanhangá e Joá) terá mais 83.577 moradores, passando de 272.555 para 356.112 ( 30,7%), entre 2008 e 2013, segundo estimativa do Instituto Pereira Passos (IPP), a partir de estudo do IBGE.
Essas pessoas a mais na RA da Barra equivalem a metade dos habitantes de Cabo Frio (162.229, pela contagem de 2007, do IBGE) e quase a população de Araruama (98.268). O mesmo estudo indica que, em cinco anos, o número de moradores aumentará ainda nas RAs de Guaratiba (27%), Campo Grande (9,35%), Santa Cruz (7,2%) e Jacarepaguá (6,3%).
Toda a dinâmica da cidade é na direção de Barra, Jacarepaguá e Zona Oeste. Nosso foco é esse, embora as projeções tenham como base os censos de 1991 e 2000. Infelizmente, o IBGE só fez contagem em 2007 nos municípios pequenos (até 170 mil habitantes) comenta Sérgio Besserman, presidente do IPP.
Barra e Jacarepaguá: 8 mil unidades lançadas em 2007.
Mas, se não foi feita contagem populacional ano passado na capital, os números apresentados pela Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi) e o otimismo de incorporadores e construtores mostram as tendências. Das 13.025 unidades residenciais e comerciais lançadas ano passado (com prazo médio de conclusão da obra de dois anos e meio), 8.363 estão na Barra, em Jacarepaguá e no Recreio.
O caminho natural do crescimento passa pela Grande Barra. Estou otimista de que esse crescimento será acompanhado de melhoria de infra-estrutura aposta Rogério Zylbersztajn, vice-presidente da incorporadora e construtora RJZ Cyrela.
Há muito o que fazer para atender a mais 83.557 pessoas na RA da Barra. Diariamente serão mais 59.885 quilos de lixo domiciliar, 49.641 quilos de lixo público e 17,5 milhões de litros de esgoto. Para o abastecimento de água, serão necessários mais 25 milhões de litros. O cálculo tem com base estimativas médias de consumo e produção feitas por Comlurb e Cedae.
Sete edifícios serão erguidos em área de antigos motéis
Apesar de haver prédios em construção ao longo da Avenida das Américas especialmente após o cebolão, sentido Recreio é no interior da chamada Grande Barra que a construção civil está de olho. Na Estrada da Barra da Tijuca, na Barrinha, num terreno de cerca de 30 mil metros quadrados junto à Lagoa da Tijuca, onde funcionaram alguns motéis, as empresas Rossi e Decta lançarão este ano um condomínio. Numa primeira fase, serão sete edifícios de dois andares, cada um com 128 unidades:
Vamos construir o primeiro condomínio náutico do país. O acesso poderá ser por barco ou carro. Apostamos da revitalização da Barrinha, a primeira área da Barra a ser ocupada afirma Frederico Kessler, diretor de incorporações da Rossi.
A área vizinha ao Riocentro e ao complexo da Cidade dos Esportes está sendo chamada de Nova Barra. Só a Rossi tem três empreendimentos na Avenida Olof Palm. Perto dali, na Avenida Abelardo Bueno, o ritmo de lançamentos é intenso. É lá que a Carvalho Hosken e a RJZ Cyrela pretendem lançar ao mercado, este ano, o empreendimento do Centro Metropolitano do Rio, projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, num terreno de um milhão de metros quadrados. Para lá estão projetados 150 prédios residenciais e comerciais, além de escolas e supermercados, entre outros estabelecimentos. Os primeiros prédios do futuro centro ficarão prontos ao longo dos próximos cinco anos.
Mais um empreendimento está nascendo na vizinhança: o Cidade Jardim. Cinco dos oito prédios do primeiro de seus condomínios o Reserva Jardim foram lançados pela Carvalho Hosken e pela RJZ Cyrela em setembro. Com 570 mil metros quadrados, a área poderá abrigar 64 prédios num prazo de 15 anos. O Cidade Jardim ficará atrás do Rio 2, na Avenida Abelardo Bueno, que começou a ser implantado no início da década de 90, e tem 28 prédios prontos e cinco em obras.
Os governos estadual e municipal não tem condições, sozinhos, de resolver problemas de infra-estrutura da região. A União tem de injetar recursos, e é preciso estimular as parcerias público-privadas. A questão mais importante a ser revolvida é a de transportes diz Ricardo Corrêa, diretor de marketing da Carvalho Hosken.
Diretor de Incorporação da CHL, Marcos Saceanu, também tem como principal preocupação o transporte:
A entrada e a saída da Barra tem de ser tratadas como pauta importante pelos governos nos próximos anos.
Promessas de melhorias na infra-estrutura
Com sérios problemas de infra-estrutura, autoridades fazem promessas visando a dotar as RAs de Barra, Jacarepaguá e da Zona Oeste de saneamento, água e vias menos engarrafadas, em cinco anos. O secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira, lembra que, em 2013, o Rio estará a um ano da Copa do Mundo:
O Rio estará com todos os projetos do Caderno de Encargos (compromissos firmados pelo Brasil com a Fifa) concluídos ou em final de execução.
A "ligação C" auto-estrada com um corredor central para ônibus articulados, entre Barra e Deodoro é um dos compromissos que, segundo Arolde, estará cumprido em 2013. No mesmo ano, ele promete colocar em funcionamento o corredor T5 (Barra-Penha). Ainda de acordo com o secretário, em 2013 estará sendo construída uma nova ligação entre a Barra (Jardim Oceânico) e a Zona Sul.
O projeto definindo por onde vai passar essa via ainda será feito. Mas as obras estarão sendo executadas em 2013 garante o secretário, que também promete transformar a Avenida Brasil num grande eixo viário da Região Metropolitana.
No que diz respeito ao abastecimento de água, o presidente da Cedae, Wagner Victer, cita financiamentos da CEF previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) R$200 milhões para Barra e Jacarepaguá, e R$460 milhões para a Zona Oeste e a Baixada.
Quanto ao saneamento das RAs de Barra e Jacarepaguá, 800 dos três mil litros de esgoto por segundo produzidos estão sendo jogados no emissário. A expectativa de Victer é aumentar para 1.600 litros por segundo o esgoto que chega ao emissário até o fim do ano. Para 2013, acredita que pelo menos toda a Barra esteja interligada.
Já o saneamento da Zona Oeste foi iniciado por Sepetiba, pela Rio Águas, órgão da prefeitura, em setembro de 2007. As obras, em 21 bairros, devem levar sete anos.
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