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Condomínios da Barra agora vão despoluir
Ecologicamente corretos, os novos condomínios da Barra da Tijuca não vão mais lançar seus esgotos nas lagoas do bairro, que sofrem há anos com a poluição. Numa Parceria Público-Privada (PPP) inédita no Rio, empresários do ramo imobiliário vão investir cerca de R$ 6 milhões, numa primeira etapa, para construir redes coletoras e pequenas elevatórias na Península e em terrenos próximos, entre o BarraShopping e o Via Parque.A PPP será assinada dia 29 pelo governador Sérgio Cabral, antecipando em pelo menos cinco anos os investimentos em saneamento que a Cedae faria no local.
Somente na Península serão construídos prédios para abrigar, nos próximos anos, uma população de 70 mil pessoas - número superior ao de habitantes da maioria das cidades fluminenses. Com os investimentos em saneamento, esses prédios deixarão de lançar cerca de 600 litros de esgoto por segundo diretamente nas lagoas, algo equivalente a um Maracanãzinho cheio de esgoto a cada quatro dias.
Os detritos serão levados por redes para pequenas estações elevatórias, que vão bombear o esgoto para a elevatória central da Cedae, na altura da Lagoa da Tijuca. Dali, os dejetos seguem para a Estação de Tratamento e, depois, são lançados em altomar, a 5km da costa.
- É a primeira vez que a iniciativa privada se incorpora no processo de saneamento da Barra da Tijuca. Historicamente, a Cedae sempre corria atrás do passivo existente, ou seja, tirar o esgoto de unidades já construídas. Nas futuras vendas no bairro, os empresários poderão oferecer imóveis com sauna, piscina, academia, vista maravilhosa e uma habitação ecologicamente correta, que não vai gerar poluição lançando esgoto nas lagoas. É um novo conceito para a sociedade -comemora o presidente Cedae, Wagner Victer.
As primeiras empresas a aderirem à parceria com o estado são a Carvalho Hosken e a RJZ/Cyrela. Atualmente, os condomínios usam pequenas estações de tratamento e lançam o esgoto tratado nas lagoas.
Mas essas estações, segundo Victer, não funcionam adequadamente, pois a manutenção é complexa e a eficiência do ponto de vista ambiental reduzida.
- Com as obras, até mesmo os antigos condomínios poderão desativar suas estações e se conectar à rede que vai levar os esgotos à estação da Cedae. Daqui para a frente, da mesma forma que o comprador exige madeira certificada, poderá exigir do empreendedor um imóvel que preserve o meio ambiente - disse Victer.
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