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Especialistas indicam as melhores ofertas do Rio

No anúncio do novo pacote de habitação do governo federal, a classe média foi beneficiada com a ampliação do limite de financiamento de R$ 350 mil para R$ 500 mil, para novos imóveis na planta ou em construção, com recursos do FGTS. No Rio de Janeiro, especialistas em mercado imobiliário indicam que é nos bairros de Jacarepaguá, Campo Grande e Barra da Tijuca que estão as melhores ofertas de imóveis de três ou quatro dormitórios até o valor total disponibilizado pelo fundo garantidor. Segundo levantamento da Ademi, entre os anos de 2007 e 2008, a cidade teve aproximadamente 13.405 novas unidades residenciais à venda, sendo 42% delas com o custo acima de R$ 251 mil.

- Com a liberação do FGTS, as pessoas vão poder comprar apartamentos maiores, dependendo do bairro. Em Jacarepaguá, Barra e em áreas do subúrbio você consegue comprar um apartamento sala e três ou quatro quartos. Já em alguns bairros da Zona Sul, você pode conseguir imóveis usados de até dois quartos nesse valor de R$ 500 mil e sem garagem. Um apartamento novo com esse valor você só consegue de no máximo um quarto - destaca Casemiro Vale, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (CRECI - RJ).

A disparidade de oferta de imóveis na Barra, Campo Grande,Vila da Penha e Jacarepaguá em relação aos outros bairros é grande e mostra, segundo a Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), que esta é a tendência natural de crescimento da cidade. Nestas regiões há uma maior disponibilidade de terrenos a menores custos e uma legislação que não impõe tantas limitações quanto às de outras áreas, como a Zona Sul. Além disso, segundo Rodolfo Vasconcelos, conselheiro da Ademi, os lançamentos dessas áreas da cidade oferecem uma boa infra-estrutura, difícil de ser encontrada em outras regiões.

- Na Barra, você encontra lançamentos por R$ 3 mil o metro quadrado. Ou seja, você pode conseguir um imóvel de até 140 metros quadrados, com três ou quatro dormitórios e com uma infra-estrutura de lazer que é mais difícil de ser encontrada em outras áreas. No entanto, na área da Península, o o preço total do imóvel do mesmo tamanho vai para R$ 700 mil - explica Rodolpho Vasconcelos.

Para Roberto Kauffmann, presidente do Sinduscon-RJ, o valor do metro quadrado, para compra e venda, tende a sofrer uma redução devido às novas condições anunciadas - como a queda nos custos com seguro e com documentos cartoriais, prevista pelo plano. Por outro lado, os custos de construção devem permanecer inalterados. O preço do metro quadrado da construção (Custo Unitário Básico da Construção Civil - CUB) no Rio, segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-RJ), em fevereiro de 2009, tem uma variação de R$ 583,50 a R$ 1.279,56, de acordo com o padrão de moradia. Ao valor mais alto correspondem os imóveis unifamiliares de alto padrão e, ao menor, os projetos de interesse social.
- O aumento do valor dos imóveis a serem financiados para a classe média foi uma medida saudável, que vai possibilitar o acesso do mutuário a apartamentos maiores e mais caros. Com o plano a atual pequena estagnação do mercado imobiliário deverá ser revertida - avalia Roberto Kauffmann.

Imóvel novo ou usado

A nova medida do governo federal permite o financiamento com recurso do FGTS apenas de imóveis na planta ou em construção, no entanto, para muitas pessoas, a compra de um imóvel usado ainda pode ser atrativa, seja pelos valores mais baixos, seja pela disponibilidade imediata do imóvel. Os apartamentos antigos têm a vantagem de já estarem prontos e contarem, algumas vezes, com melhorias como pisos e armários, além de serem mais fáceis de negociar. Por sua vez, os lançamentos geralmente oferecem uma infraestrutura mais moderna. Alguns chegam até a contribuir para a economia de água e energia com a utilização de hidrômetros individuais, equipamentos para energia solar e captação de águas de chuva, além de, é claro, oferecerem um maior número de vagas de automóvel e áreas de uso comum para diversas atividades como salão de festas, ginástica, etc.

- Tudo vai depender da urgência do comprador. Em geral, o apartamento novo na planta traz gastos adicionais, pois o mutuário começa a pagar a prestação de obra e acumula este gasto com os custos de moradia, como aluguel, até poder se mudar. Essa é a grande dificuldade para compra de um imóvel em seu lançamento. O apartamento usado não precisa ter uma espera tão grande, pois já está construído - diz Casemiro Vale.
22/07/2009